Isaac Soares de Souza – In Memoriam – Cheia de Vida – Viviani

O luto é como o escorbuto, definha aos poucos a esperança de voltar a viver com alegria.
É um peso que a gente carrega no alforje,
Tal e qual afirma o genial Fernando Jorge:
a saudade é a lembrança da felicidade perdida.
Dor insuportável no peito,
As vezes achamos que estamos prestes a ter uma síncope cardíaca
Tudo perde a graça e não há mais vida,
A morte é a mais cruel das bandidas,
Feito uma mulher que trai o marido
com a diferença de que para a traição ainda existe o perdão
Para a morte apenas a eterna rejeição
É como ter o coração pisado
pelas botas do carrasco que tortura
a mais cruel das agruras
Nenhum remédio traz a cura
nem o tempo e nem nenhuma palavra,
Não há conforto que aplaque a saudade
é como perder metade do corpo,
transforma a gente em um vivo-morto
enquanto a vida nos permitir viver
sentiremos a dor imensurável
da saudade de quem partiu
Se foi mesmo Deus que inventou o amor,
Ele se esqueceu de inventar o antídoto que cura a dor
da fatal dor que a gente sente quando perde um grande amor,
Me sinto tão angustiado,
que eu preferia estar agora lá do outo lado
no lugar do meu amor,
Para sempre permanecerei de luto,
oculto, dentro de mim,
derramando oceanos de lágrimas
nem mais desejo conforto
Pois também me sinto morto
desde o dia em que meu amor partiu