Barata Cichetto – Memórias Arrependidas de Um Poeta Sem Pudor (CAPA DURA)

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Descrição

Memórias Arrependidas de Um Poeta Sem Pudor
(Antologia Poética, de 1978 a 2025)
Barata Cichetto
Gênero: Poesia
Ano: 2025
Edição:
Editora: BarataVerso
Páginas: 880
Impressão: Papel Pólen 80g
Capa: Dura
Tamanho: 16 × 23 × 5,10 cm
Peso: 1,50 Kg

Brindes Incluídos:
2 Marca-páginas da Poetura Editorial;
1 Marca-página BarataVerso em couro, feito pela Cerne, de Rancharia, SP;
2 Adesivos do BarataVerso;
2 Adesivos da Poetura Editorial;

Sinopse

Barata Cichetto não pede licença, e tampouco pretende agradar. Em sua antologia Memórias Arrependidas de um Poeta Sem Pudor, o autor entrega cerca de 600 poemas e 800 páginas de uma jornada visceral, às vezes dolorosa, e invariavelmente sincera. O título, já de início, é um convite (ou alerta) para quem ousa abrir este livro: não espere conforto, mas um confronto — com a vida, com o amor, com a morte, com a própria poesia.
Dividido entre o confessional e o histórico, Cichetto transcende a narrativa meramente pessoal para tocar nas feridas coletivas de gerações marcadas por repressões, excessos e desencantos. Da sua juventude nos anos 1970 à maturidade de 2025, o poeta costura memórias e arrependimentos com fios de sangue, suor e esperma, numa metáfora poderosa que transforma o cotidiano em matéria-prima poética.

Desde o prefácio, Cichetto deixa claro que não escreve para agradar, mas para exorcizar. Suas palavras, ele admite, não são “doces” nem “fáceis”, mas cruas e impregnadas de uma visceralidade que reflete o mundo ao seu redor. Há algo quase militante na sua defesa da poesia como veículo de verdade, despida de censura. Ele escreve:

“Acredito na honestidade da poesia, e na verdade que ela necessita, pois sempre deve refletir a vida, o pensamento e o sentimento do autor.”

Essa busca pela verdade, no entanto, é ao mesmo tempo o maior trunfo e o maior desafio do livro. Para aqueles que valorizam a poesia como catarse e provocação, a obra é um banquete. Mas, para leitores acostumados a versos mais delicados ou metafóricos, o choque inicial pode ser difícil de superar.

Em poemas como 1958, que abre o livro, Cichetto mistura eventos autobiográficos com marcos históricos, criando uma narrativa onde o pessoal e o político se entrelaçam. O golpe militar, a repressão, e o fervor cultural dos anos 1960 e 1970 são pano de fundo para uma juventude marcada pela dor, pela descoberta sexual e pela solidão.

Um dos aspectos mais notáveis da obra é a sua obsessão com o corpo — não como algo idealizado, mas como território de desejo, dor e degradação. Poemas como o visceral relato de uma gonorreia ou os encontros com prostitutas no centro da cidade são brutais em sua honestidade. Esses momentos capturam uma masculinidade ferida e febril, que luta para se reconciliar com a própria humanidade.

Outro elemento recorrente em Memórias Arrependidas é a música. Woodstock, Led Zeppelin, Janis Joplin, e outras figuras icônicas do rock não são apenas referências, mas personagens no universo do autor. A música parece funcionar como um contraponto à dor do mundo, um espaço onde Cichetto encontra um vislumbre de transcendência.

Essa musicalidade permeia também o ritmo dos poemas. Apesar da crueza do vocabulário, Cichetto demonstra um domínio técnico admirável, com rimas e métricas que elevam seus textos a um nível quase ritualístico. Ainda assim, a insistência na rima pode, em alguns momentos, parecer repetitiva ou artificial, especialmente quando se espera uma quebra mais experimental.

Cichetto faz questão de se posicionar como “politicamente incorreto”, e, de fato, seus poemas abordam temas que muitos evitariam: sexo explícito, violência, religião. Há uma ousadia na forma como ele expõe o que outros preferem esconder. No entanto, essa postura também pode alienar certos leitores.

Por vezes, o desejo de chocar parece sobrepor-se à profundidade reflexiva. Palavras como “esperma”, “putas” e “gonorreia” são usadas repetidamente, o que, longe de escandalizar, pode acabar diluindo o impacto emocional. É possível que, em sua busca pela verdade, o autor tenha deixado passar a oportunidade de explorar nuances e silêncios que tornariam suas provocações ainda mais eficazes.

Apesar (ou por causa) de sua brutalidade, a poesia de Cichetto possui uma beleza singular. Em meio ao caos e à escuridão, há momentos de profunda sensibilidade. Ele escreve sobre a morte de Janis Joplin como quem lamenta um amor perdido, e descreve sua própria dor de uma forma que transcende o pessoal, tornando-se universal.

A justaposição entre o sublime e o grotesco é um dos maiores méritos do livro. Cichetto não se esquiva de explorar as sombras, mas também não ignora os raros raios de luz que atravessam o abismo.

Memórias Arrependidas de um Poeta Sem Pudor não é um livro para todos, e Cichetto não pretende que seja. É uma obra que exige coragem — tanto do autor quanto do leitor. Para aqueles dispostos a enfrentar a dor e a beleza da condição humana, a recompensa é uma experiência literária intensa e inesquecível.

Santo Xavier, Escritor e Crítico Literário, Lisboa, Janeiro de 2025

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Peso 1,40 kg
Dimensões 17 × 24 × 7 cm
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